Reflexões Vida e Carreira

Uma coisa é certa: mudar dá trabalho. E exige paciência, dedicação e comprometimento. O autoconhecimento é a chave para uma vida mais plena e feliz, porque quando nos conhecemos nós sabemos o que é bom e que não é bom para nós. O que nos faz bem e o que nos faz mal. O que nos energiza e o que suga a nossa energia. O que nos motiva e o que nos frustra. Sabemos de onde viemos e para onde vamos. Conhecemos os nossos valores, nossos pontos fortes e fracos. E desta forma, fica muito mais fácil tomar decisões alinhadas com quem somos e com o que realmente queremos, tudo de dentro pra fora. É um processo de transformação constante. Tudo isso nos traz um senso de significado e propósito, é como se tudo se encaixasse dentro da gente e fizesse muito mais sentido. Sim, dá trabalho, mas vale totalmente a pena!

Trecho do ebook - Ciclo novo, Vida nova! - Kátia Bueno







O papel das nossas emoções



Nossas emoções funcionam como um termostato importante para sabermos se devemos mudar os nossos pensamentos. Uma emoção negativa, como medo ou tristeza, demonstram que os nossos pensamentos não estão alinhados com quem somos. 

A boa notícia é que podemos escolher intencionalmente melhores pensamentos que nos libertem dessas emoções. A escolha de um novo pensamento produzirá uma resposta emocional diferente. Somos nós que controlamos a criação da nossa experiência e isso começa com a prática de escolher pensamentos mais saudáveis que nos conduzam a um equilíbrio emocional.

Pense na seguinte metáfora: 

Quando um trem está chegando numa estação, podemos escolher embarcar nele ou não, dependendo de onde ele irá nos levar. Assim devemos agir com os nossos pensamentos, nos perguntando: "Este ensamento irá me levar para um bom lugar? Em caso negativo, podemos simplesmente deixá-lo ir embora, ou seja, não embarcampos nele. 

A fórmula é simples:

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Pensamentos e crenças -> 

       Sentimentos (resposta emocional) ->

               Ações (resposta comportamental)





Você está realizado(a) no trabalho?



A autorrealização está ligada a trabalharmos com aquilo que realmente que nos dá prazer, satisfação e nos traz uma sensação de PROPÓSITO e SIGNIFICADO. Porém, muitas pessoas simplesmente aceitam as imposições e cobranças sociais e acabam sucumbindo em escolher uma profissão por razões convenientes. Escolhem suas carreiras por motivos de status ou por questões financeiras e acabam deixando de lado a sua verdadeira paixão - a que advém da nossa essência genuína, do EU mais autêntico. Mas será que isso vale a pena? Será que se alcançarmos status e uma boa condição financeira será suficiente para nos sentirmos realizados? 
Algumas perguntas que podem gerar reflexão: 


- Quais são as suas paixões?


- Quais são os assuntos que te atraem?


- Em quais atividades você é naturalmente bom?


- Quais são os seus talentos especiais?


- O que as pessoas do seu convívio elogiam em você?
 


- Que atividades lhe trazem grande prazer? 



- Qual contribuição especial você gostaria de deixar para o mundo? 





O monge zenbudista japonês Yasuhiko Genku Kimura, especialista em ajudar as pessoas a encontrarem a sua paixão, nos diz que descobrir nossa verdadeira paixão é a natureza de nossa alma. Ela deseja se expressar, se manifestar. As pessoas querem ser quem realmente são. Quando fazemos algo que não tem a ver com a nossa paixão, nos sentimos infelizes. Quando queremos ser como outra pessoa, nos limitamos. Cada pessoa é única e original. A originalidade é um dos critérios para saber se alguém é, ou não, iluminado, porque quando uma pessoa se ilumina, se torna ela mesma. O monge acredita que cada alma tem uma missão específica, que é de sua responsabilidade e não pode ser transferida a ninguém. Realizá-la é tudo o que nossa alma mais deseja. Não há felicidade maior do que descobrir a paixão e estabelecer consigo o compromisso de viver de forma coerente com essa verdade mais íntima. Yasuhiko diz:

"Quando você faz algo que ama, naturalmente faz melhor. Se a sua profissão é uma expressão da sua paixão, a tendência é que você se torne um profissional melhor do que os que apenas têm talento para desempenhar aquela função. O que faz um grande mestre é a expressão criativa de sua essência. É isso o que permite o grande florescimento de nosso talento e genialidade. Só assim seremos pessoas bem-sucedidas. E, se a profissão é uma daquelas que envolvem muito dinheiro, você pode ficar rico ao mesmo tempo".

E quais são os sinais de que descobrimos a paixão da nossa alma? Quando isso acontece, sente-se uma certeza profunda e uma alegria imensa. É como se você descobrisse o sentido das coisas e soubesse, afinal, por que está nesta vida. Até que isso aconteça, há um sentimento de incerteza. 
Quando você descobre sua paixão, você sabe que sabe". 

O vídeo abaixo "All work and all play" produzido pela Box1824 - uma empresa de pesquisa de comportamento do consumidor - traz esta reflexão de uma forma muito produtiva:
  



Coaching e a Jornada do Herói


Por Kátia Bueno
 
O renomado psicólogo Carl Jung, criador da psicologia analítica, cunhou o termo “Individuação" para o processo contínuo de aprimoramento pessoal, a busca de um indivíduo por tornar-se "si mesmo" (“self”), a expressão da essência única que cabe somente a cada um de nós realizar, o processo de trazer à consciência a suprema realidade da alma.

Já o famoso mitólogo Joseph Campbell chamou este processo de "Jornada do Herói", a jornada em busca de si mesmo e de transcendência, onde o mais importante não é um ponto de chegada ou uma meta a ser alcançada, mas a jornada em si, com todos os seus desafios e aprendizados.

Para compreender melhor a razão destes termos tão especiais como estes que citei acima - Jornada do herói e si-mesmo (self) - é importante entender o significado de alguns conceitos à luz da teoria junguiana:


EGO e SELF


O ego é a dimensão consciente da nossa personalidade, que nos permite dar conta de nossa identidade individual, enquanto o self abarca a totalidade (tanto nossos conteúdos conscientes quanto inconscientes), sendo também o centro regulador da nossa psique e ponto de passagem para uma dimensão transcendente, para o psiquismo universal.

O ego, segundo Jung, deve estar a serviço do self, onde sua principal função é de intermediar o processo de assimilação dos nossos conteúdos inconscientes na consciência, num processo contínuo de integração e ampliação.

No entanto, quando um ego ainda está imaturo e enfraquecido, o que constatamos no comportamento do indivíduo é uma atitude de manipulação, ilusão, apego, e a busca por aprovação externa – um estado de consciência no qual grandes conflitos e dramas emocionais podem ocorrer.

O nosso verdadeiro poder, porém, emerge das profundezas da nossa alma/self. Não se trata de ter poder sobre os outros, mas sobre a nossa própria felicidade e destino.

Com o amadurecimento e estruturação do ego, o indivíduo passa a identifica-se menos com os valores externos do meio em que vive, e volta-se mais para as emanações do “self” – o centro da nossa totalidade e ponto de integração de todas as nossas instâncias psíquicas (personas, sombras, anima/animus, etc).

É importante ressaltar que para Jung, a individuação não exclui a pessoa do mundo, mas aproxima o mundo dela.

Viver a partir da nossa perspectiva interna, despindo-se de tudo o que é falso, tudo o que nos afasta da nossa natureza essencial; e ao mesmo tempo conviver harmoniosamente com o meio social, compreendendo o nosso papel e contribuição no contexto evolutivo maior, é o nosso maior desafio, o grande salto em nossa existência.

Neste contexto, o Coaching surge como uma poderosa alavanca para impulsionar e direcionar o processo de Individuação, pois conduz o indivíduo a um olhar mais profundo sobre si mesmo e seu processo evolutivo, elevando-o a novos patamares de expressão e consciência.

O Coaching, através de técnicas extremamente eficazes, conduz o Coachee ao reconhecimento de seus potenciais latentes e talentos únicos, alinhando-os aos seus valores e propósito. Além disso, desperta os recursos interiores, colocando o indivíduo no seu centro de poder pessoal, viabilizando sua trajetória na realização de seus sonhos e missão de vida.

É importante diferenciar o Coaching da psicoterapia, visto que o Coaching tem foco no futuro e no alcance de um estado desejado, já a terapia enfoca mais a análise dos conteúdos psico-emocionais.

É fundamental esclarecer que o Coaching pode ir muito além de trabalhar metas, competências e resultados. Em sua essência mais profunda, o Coaching é um processo de comprometimento com a evolução do ser humano, em torná-lo a melhor pessoa que ele pode ser.




O Poder das nossas Crenças

Por Kátia Bueno
Crenças são tudo aquilo que nós acreditamos a partir da forma como nós filtramos e interpretamos a realidade. Todos nós carregamos uma série de crenças que foram sendo formadas a partir da nossa infância e ao longo de nossas vidas, influenciadas pelos nossos pais, irmãos, parentes, amigos e também pelo contexto sócio-cultural no qual estamos inseridos. Conforme a realidade que experimentamos e a maneira como interpretamos estes eventos, assim vamos construindo as nossas crenças. Elas não são propriamente boas ou ruins, mas devemos prestar muita atenção a elas, pois elas afetam diretamente nossos pensamentos, emoções e ações (comportamentos), e caso estejam fora do nosso controle, operando sem consciência, podemos obter resultados indesejados. Todo comportamento tem uma crença subjacente, portanto se quisermos alterar um comportamento precisamos antes rever nossas crenças. 

Antes de adentrarmos mais fundo neste tema, é importante ressaltar que  para mudar um sistema de crenças é preciso estarmos abertos a explorar terrenos quase desconhecidos em nós e a nos desfazermos de uma parte bagagem que cada um de nós carrega consigo. Mudanças verdadeiramente profundas exigem muito mais que "fast-magias" ou frases poderosas penduradas na parede.

É preciso nos dispormos a encarar o nosso mundo interior e colocar luz naqueles pontos que passamos a maior parte do tempo sem questionar, assim mais fácil será compreender que ao longo de nossas vidas fizemos interpretações equivocadas que acarretaram numa série de conseqüências desagradáveis. Isto acontece porque o nosso sistema de crenças é capaz de alterar a nossa resposta perante o que nos acontece. Vamos entender isso melhor... 

Algumas crenças podem nos ajudar enxergar a realidade de forma mais produtiva, da seguinte forma: Se eu acreditar, por exemplo, que tudo o que acontece, mesmo as situações ruins, são para o meu amadurecimento, então irei buscar o aprendizado positivo nas experiências que eu vivenciar. Esta crença irá gerar uma resposta emocional e comportamental positiva, pois a minha crença é que a vida está me lapidando em todas as experiências. Se, por outro lado, considerando o mesmo evento, se eu tiver a crença de que o mundo é injusto, posso me sentir triste e injustiçado naquele episódio e assim ter um comportamento depressivo.  Veja que isto é apenas uma questão interna e de total responsabilidade de cada um de nós. Apesar de não termos controle sobre os eventos que nos acontecem, todos nós podemos ter controle sobre os nossos pensamentos e crenças, e em última instância, sobre como iremos reagir aquilo que nos acontece.



“Para dominar seus pensamentos e sua imaginação e, por conseguinte, sua vida e seu destino, é necessário primeiro que você domine seu capitão – suas Crenças” Mike Dooley


“O que você tem em sua mente terá em suas mãos”  Bob Proctor



Mudando nossas Crenças




 
É claro que existe a realidade lá fora, porém nós não podemos conhecê-la em sua totalidade, sendo que cada um de nós é um agente ativo na criação daquilo que é realidade para nós. Nós temos o poder de criar uma realidade melhor a partir da mudança das nossas crenças. É claro que não precisamos mudar todas as nossas crenças, somente aquelas que são limitantes ou negativas, abrindo as portas para transformações positivas em nossas vidas.
Abaixo compartilho os pontos que considero mais importantes para a que a mudança de crenças possa ser feita de forma assertiva:

- Assuma a Responsabilidade


Nós não temos nenhum controle sobre a realidade externa, mas a boa notícia é que nós temos total poder sobre a nossa interpretação sobre ela, e assim podemos mudar os nossos pensamentos e crenças a qualquer momento. Isto é de total responsabilidade nossa, é apenas uma questão de escolha e atitude.

Temos que primeiro assumir a responsabilidade pelas crenças que criamos e a partir disso agir para transformar as crenças que não estão sendo positivas para nós. Lembre-se que nossa mente subconsciente simplesmente acata, sem questionar, tudo aquilo que nós escolhemos acreditar, seja verdade ou não.

- Identifique Pensamentos e Crenças distorcidos

Pensamentos e Crenças distorcidos podem gerar uma série de problemas e conseqüências ruins, visto que eles terão um efeito imenso na forma de interpretar o mundo que nos cerca. Abaixo seguem os tipos de distorções mais comuns:


-Fazer tempestade num copo d’água

-Tudo ou nada

-Fazer suposições

-Confiar cegamente nos sentimentos

-Generalizar

-Rotular

-Desqualificar o positivo

-Baixa tolerância às frustrações

- Questione suas crenças


Assim como nós construímos as nossas crenças, nós podemos desconstruir as crenças que não estão sendo úteis pra nós simplesmente colocando-as à prova. Tente pensar nas situações que o levam a ter reações emocionais desproporcionais ou comportamentos inadequados. Veja qual é a crença que está por trás deles. Tenha coragem de questionar, de olhar uma situação de vários ângulos, de ir mais fundo. Observe se você não acatou valores externos ou imposições sociais que nada têm a ver com sua verdade. Reflita, avalie e se for necessário, substitua sua crença.  Mas atenção, toda crença tem uma intenção positiva e um VALOR que devem ser preservados na substituição. Caso contrário, tenderemos à retornar à crença antiga.

- Observe suas emoções e saia do comportamento reativo


Identifique o que ativou suas emoções negativas (ex.: raiva, tristeza, mágoa, angústia, insegurança, medo, etc.). Verifique a conseqüência e avalie a necessidade de agir de forma diferente num próximo evento similar.

Ex.: Foi demitido (evento), ficou com raiva (emoção) e agiu de forma agressiva (comportamento).


Uma crença mais produtiva neste caso, seria pensar que ser demitido é uma forma do universo nos abrir novas portas, conduzindo-nos aos lugares que serão mais positivos pra nós. Acreditar nisso pode aliviar bastante o impacto emocional de uma demissão desencadeando numa resposta comportamental mais equilibrada.

- Atribua novos Significados


Nós podemos atribuir novos significados e interpretações para fatos ocorridos no passado que geram sofrimento, mesmo aqueles mais antigos, fazendo uma Ressignificação - uma releitura mais positiva para aquele evento – porém sempre fazemos isso no momento PRESENTE. Independente do tempo que se passou desde que um evento ocorreu, para a mente ele está presente aqui e agora. Desta forma, podemos ressignificar todas as nossas experiências desagradáveis, buscando a intenção positiva que houve de nossa parte (e também as demais pessoas envolvidas) e compreendendo o aprendizado contido naquela experiência. O restante, principalmente as emoções negativas, podem ser liberadas. Você não tem idéia do espaço interno que estamos liberando ao fazer isso.

- Alinhe seus Pensamentos e Crenças às suas Metas e Sonhos


O ideal é que as nossas Crenças estejam alinhadas com os nossos sonhos e metas, pois assim elas estarão agindo ao nosso favor.  
Se pararmos para analisar as crenças das pessoas vencedoras iremos constatar que elas são muito diferentes das crenças das pessoas que têm dificuldade em atingir o sucesso. Além disso, é importante que haja congruência entre seus pensamentos e crenças, seus sentimentos e atitudes, conforme quadro abaixo. O autor Aldo Novak explorou bem este tema no seu livro “O Segredo para realizar seus sonhos”.

- Descubra o que você realmente quer e acerte o foco


A psicoterapeuta Clarissa P. Estés, autora do maravilhoso livro Mulheres que Correm com os Lobos, nos propõe, através do trecho abaixo, uma reflexão interessante:

“Imaginemos um bufê com creme chantiliy, salmão, rosquinhas, rosbife, salada de frutas, panquecas com molho, arroz, curry, iogurte e muitos, muitos outros quitutes colocados em mesa após mesa. Imaginemos que examinamos tudo e vemos algumas coisas que nos agradam. Podemos comentar com nossos botões, “Ah! Eu realmente gostaria de comer um pouco daquilo, e disso aqui, e um pouco mais daquele outro prato.”

Alguns homens e mulheres tomam todas as decisões da vida dessa forma. Existe ao nosso redor um universo que acena constantemente, que se insinua nas nossas vidas, despertando e criando o apetite onde antes havia pouco ou nenhum. Nesse tipo de escolha, optamos por algo só porque aconteceu de ele estar debaixo do nosso nariz naquele exato momento. Não é necessariamente o que queremos, mas é interessante; e, quanto mais examinamos, mais irresistível ele nos parece.
Quando estamos ligados ao self instintivo, à alma do feminino que é natural e selvagem, em vez de examinar o que por acaso esteja em exibição, dizemos a nós mesmos: “Estou com fome de quê?” Sem olhar para nada no mundo externo, nós nos voltamos para dentro e perguntamos: “Do que sinto falta? O que desejo agora?” E a resposta costuma vir rápido. “Ah, acho que quero... na verdade o que seria muito gostoso, um pouco disso e daquilo... ah, é, é isso o que eu quero.” Isso está no bufê? Talvez sim, talvez não. Na maioria dos casos, provavelmente não. Teremos de ir à sua procura por algum tempo, às vezes por muito tempo. No final, porém, iremos encontrar o que procuramos e ficaremos felizes por termos feito sondagens acerca dos nossos anseios mais profundos.

Escolher só porque algo apetitoso está à sua frente não irá satisfazer nunca a fome do Self da alma. É para isso que serve a intuição. Ela é a mensageira da alma.”

Quando nossas crenças estão alinhadas com nossos desejos mais profundos, elas se tornam incrivelmente produtivas pra nós.


- Busque inspiração


A PNL chama de modelagem o ato de estudar pessoas brilhantes com excelência naquilo que realizam. Nós também podemos buscar inspiração e observar as pessoas que possuem qualidades que poderiam ser construtivas pra nós. Nos meus atendimentos de Coaching, gosto de sugerir livros, filmes ou histórias verídicas que podem trazer elementos importantes para nossa reflexão. É muito importante que uma pessoa seja realmente convencida de que suas crenças precisam ser transformadas.